terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Umbanda Sagrada - Estudos Umbandista

Xamanismo e cultura Indígena

Festa do kuarup na aldeia Kamayurá, no Parque Indígena do Xingu

Cultura indígena é o conjunto de valores, conhecimentos, crenças e costumes dos povos nativos do Brasil. Importante destacar que não existe uma única cultura indígena, mas uma enorme diversidade cultural representada por civilizações autônomas, com modos de pensar e agir únicos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 896,9 mil indígenas distribuídos em 305 etnias diferentes, que falam 274 idiomas.

Costumes dos povos indígenas

Alimentação indígena

A alimentação dos povos indígenas provém basicamente destas atividades: pesca, caça, coleta e agricultura.

A coleta é normalmente tarefa feminina. Dentre os itens coletados, há as nozes, raízes, frutas silvestres e mel.

Aves, macacos, antas, porcos-do-mato, capivaras e tatus são exemplos de animais caçados, seja por armadilhas, zarabatanas ou arco e flecha.

Para conservar a carne, os índios usam a técnica do moquém, que consiste na instalação de uma estrutura de madeira sobre a fogueira. A carne moqueada (ou defumada) é usada em diferentes receitas.

Dentre os itens tradicionalmente cultivados pelos povos indígenas, podemos destacar a mandioca e o milho. Para muitas tribos, a mandioca é a base da alimentação.

Religião dos povos indígenas

Se é impossível falar de uma única cultura indígena, é impossível falar de uma única religião. Cada povo indígena brasileiro tem o seu próprio sistema de crenças, com seus rituais, seus deuses e suas lendas.

Algumas das principais características das religiões dos povos indígenas é a figura do xamã – o pajé (pai’é), em tupi-guarani.

O pajé é um líder espiritual, um especialista em assuntos religiosos que, através do transe, consegue entrar em contato com os espíritos dos antepassados e seres sobrenaturais.

O pajé, portanto, é aquele que estabelece a intermediação entre a aldeia dos vivos e a “aldeia” dos espíritos, sejam estes pertencentes a pessoas ou animais.

A principal tarefa dos xamãs é a cura. Através desse trânsito entre o mundo dos vivos e a dimensão sobrenatural, o xamã consegue controlar os espíritos causadores das enfermidades, evitando inclusive a morte do paciente.

As religiões dos povos indígenas do Brasil são politeístas, cultivam muitas entidades e não há a adoração a uma única divindade. Também não há dogmas ou um conjunto de doutrinas registradas em livros sagrados, como a Bíblia.

Um traço importante da religiosidade dos povos indígenas é a crença em seres sobrenaturais ou espíritos. Essas divindades variam bastante entre as etnias. Os Yanomami, por exemplo, creem na existência de espíritos da floresta (xapiri) que moram no topo das montanhas.

Entre os Tenetehara (conhecidos, no Maranhão, como Guajajara, e no Pará, como Tembé), existe a crença tradicional nos karoara, seres sobrenaturais.

Os Tenetehara distinguem quatro tipos de espíritos:

  • espíritos criadores
  • espíritos das florestas
  • espíritos dos mortos
  • espíritos dos animais

Um importante mito tupi fala de Mahyra, espírito criador ou herói mítico ancestral. Num mundo completamente destruído por um grande incêndio, Mahyra saiu de um pé de jatobá, criou uma mulher para si (com quem teve filhos), construiu a primeira casa, cultivou a primeira plantação de milho e entregou o fogo aos homens. Assim, na mitologia tupi, Mahyra é um herói civilizador.

Entre os índios suruí, que habitam os estados de Mato Grosso e Rondônia, os karoara são espíritos negativos, responsáveis por provocar doenças e até a morte. O processo de cura, conduzido pelo xamã, consiste na retirada do karoara do corpo da pessoa enferma.

Tupã

Tupã (que na língua tupi significa trovão) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.

Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão.

Os indígenas acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol.Os deuses indígenas são divindades ligadas à natureza, que são cultuadas por diferentes povos, tribos e culturas. 

Alguns deuses indígenas

Tupã

O criador do mundo, dos céus, da terra, dos mares, dos animais e das plantas. Também é conhecido como o "Espírito do Trovão". 

Jaci

A deusa da lua, filha de Tupã, que protege os amantes e a reprodução. 

Guaraci

O deus do sol, filho de Tupã, que ajudou o pai a criar todos os seres vivos. 

Ceuci

A deusa das lavouras e das moradias indígenas, que deu à luz a Jurupari, um espírito guia e guardião. 

Anhangá

O deus das regiões infernais, inimigo de Tupã, que pode tomar a forma de vários animais da selva. 

Akuanduba

Uma divindade dos índios araras, da bacia do Xingu, no Pará, que tocava sua flauta para trazer ordem ao mundo. 

Yebá Bëlo Wanadi

A “mulher que apareceu do nada” que criou todo o Universo a partir de sua morada de quartzo. 

Sumé

Deus da sabedoria, começou por ensinar, ao povo da selva, a arte da agricultura e, depois, habilidades como a de transformar mandioca em farinha e alguns espinhos em anzol, além de regras morais.

Yorixiriamori 

Deixava as mulheres encantadas, o que acabou despertando a inveja nos homens, que tentaram matá-lo. O deus fugiu sob a forma de um pássaro, e a árvore cantante sumiu da Terra.

A mitologia indígena brasileira é rica e variada.




Referência:https://www.significados.com.br/cultura-indigena/#:~:text=As%20religi%C3%B5es%20dos%20povos%20ind%C3%ADgenas,livros%20sagrados%2C%20como%20a%20B%C3%ADblia.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tup%C3%A3

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sum%C3%A9

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