sábado, 20 de julho de 2024

Umbanda Sagrada - Estudos Umbandista

HISTÓRIA DO MOVIMENTO UMBANDISTA
O Movimento Umbandista surgiu no final do século XIX, utilizando-se como cenário os cultos miscigenados 
de negros, índios e brancos, conhecidos como macumbas, candomblés, catimbós, torés, xambás, babassuês, xangôs, 
etc. Nesse contexto, começaram a se manifestar entidades espirituais, através da incorporação, nas formas de 
índios (Caboclos) e de Pais-Velhos trazendo as mensagens dos espíritos ancestrais desses povos. O processo do 
sincretismo facilitou a inclusão da cultura católica pela assimilação dos santos com as divinidades do panteão 
africano e ameríndio. Logo apareceriam também as entidades que se apresentavam como Crianças, 
completando o ternário de manifestação mediúnica que serviria de base para a sustentação da doutrina 
umbandista.
Essas três formas de apresentação, Crianças, Caboclos e Pais-Velhos, correspondem a arquétipos do 
inconsciente coletivo com seus valores intrínsecos — o enigma da esfinge desvendado. Assim, a forma "infantil" 
representa o início do ciclo e também a Pureza; a forma adulta, de "caboclo", carrega o valor da Fortaleza e da 
Simplicidade; e a forma senil, de "pai-velho", identifica-se com a Sabedoria e a Humildade. Pureza, Simplicidade 
e Sabedoria Humilde seriam as virtudes a serem cultivadas por todos os umbandistas, bem como regeriam a ética 
desse setor filorreligioso.
No início do século XX, com o médium Zélio Fernandino de Morais, foi um médium brasileiro. É considerado o anunciador da Umbanda.
Zélio de Moraes
Nascimento10 de abril de 1891
São Gonçalo/Brasil
Morte3 de outubro de 1975
Brasil

Biografia

Zélio nasceu em família tradicional de Neves, distrito de São Gonçalo. Em fins de 1908, então com dezessete anos de idade, Zélio preparava-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha do Brasil, quando foi acometido por uma inexplicável paralisia, que os médicos não conseguiam debelar. Certo dia, ergueu-se no leito, declarando "Amanhã estarei curado!".

No dia seguinte, de fato, levantou-se normalmente e voltou a caminhar, como se nada lhe houvesse acontecido: os médicos não souberam explicar o ocorrido. Os seus tios, padres da Igreja Católica, surpreendidos, também não souberam explicar o fenômeno. Um amigo da família, então, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, então sediada em Niterói, presidida, na ocasião, por José de Souza.

Chegando lá, o médium José de Souza, que dirigia a sessão espírita, pediu que Zélio sentasse à mesa. A certa altura, espíritos de caboclos (ancestrais indígenas brasileiros) e pretos velhos (africanos) começaram a se manifestar na sessão. No seguinte momento, o dirigente, pediu para se retirarem por achar eles espíritos "atrasados".

Após isso, Zélio foi incorporado por uma entidade que saiu em defesa das demais: se não houvesse ali espaço para espíritos de negros e índios cumprirem sua missão, ele (espírito) fundaria, já no dia seguinte, um novo culto na casa de Zélio.

Na ocasião, manifestou-se por intermédio de Zélio a entidade que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, que anunciou a fundação de uma nova religião no Brasil, a Umbanda. Foi fundada, no dia seguinte, em virtude dessa manifestação, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
A Umbanda recebeu sua primeira 
roupagem, com organização à parte dos cultos afro-ameríndios. Nessa época também surgiu o vocábulo Umbanda 
para designar aquela forma ritualística monoteísta, que cultuava os Orishas como representantes da Divindade 
e que tinha as entidades espirituais, que se manifestavam pela mediunidade dos adeptos, como ancestrais ilustres 
enviados pelos Orishas. A característica mais marcante do culto, nesse tempo, era o fato de ser simples, objetivo, 
aberto a todos os segmentos sociais, econômicos, religiosos ou étnicos. Desde o início, a abertura universal era 
estigma da Umbanda.
Com o passar do tempo, várias formas de culto surgiram, cada uma com proporções diferenciadas de 
influências africanas, ameríndias, européias e mesmo orientais, facilitando a adaptação e assimilação da 
doutrina por recém-egressos de outros cultos. Essa fase caracterizou-se por uma rápida propagação e expansão 
da Umbanda, especialmente pela abundância de manifestações espiríticas concretas, fenômenos físicos, curas 
espirituais e movimentação das forças sutis da natureza pela magia manipuladas pelos orishas, guias e protetores 
que "baixavam" nos vários terreiros, cabanas, choupanas, tendas de Umbanda de todo Brasil. Apesar de todas as 
manifestações impressionantes, o tônus do movimento umbandista nessa época era dado pelo pragmatismo e 
pelo empirismo doutrinário, não havendo um sistema consistente filosófico acessível aos praticantes.
A partir de 1956, com o lançamento do livro Umbanda de Todos Nós, novo alento foi dado à Umbanda por Mestre Yapacany (W. W. da Matta e Silva) que viria mostrar o aspecto oculto do conhecimento trazido pelas 
entidades militantes nesse movimento. Em mais oito obras, Mestre Yapacany desenvolveu as bases da escrita 
sagrada da Lei de Pemba, a hierografia umbandista, apresentou os fundamentos da metafísica da Umbanda e 
revelou a conexão com o sistema cosmogônico ligado à cabala ário-egípcia, descrito em 1911 por Saint-Yves 
d'Alveydre em seu L'Archéomètre.
Apesar de toda a contribuição filosófica e científica dada à Umbanda por Mestre Yapacany, na denominada 
Umbanda Esotérica, as mudanças práticas no sistema ritualístico foram modestas, considerando-se que a 
profundidade da doutrina era alcançada por poucos e raros iniciados, não havendo um método sistemático de 
transmissão de conhecimento, nem uma organização templária capaz de conduzir os neófitos aos patamares 
superiores da iniciação, a não ser que uma predisposição inata se fizesse sentir de maneira muito evidente.
Chegamos então à fase representada pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, fundada por nós em 1970, 
honrando o compromisso que temos com nossos mentores e com Mestre Yapacany, do qual fomos discípulo e 
recebemos a incumbência de continuar a tarefa.

Cemitério em que o corpo de Zélio estão foi enterrado.
Zélio faleceu em 3 de outubro de 1975, aos 84 anos. Seu corpo foi enterrado no Cemitério do Maruí, em Niterói, no Rio de Janeiro.




Referência:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9lio_de_Moraes
https://drive.google.com/file/d/1_6K2r7ajI_Jo2aoxq27kvyQ6uPlX5wQb/view?usp=drivesdk
https://youtu.be/T1-B6UH_17s?si=IiDSu43mUZoFmT2S

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